Por: Guilherme Mauri de Oliveira
Sei que já passou um tempo das Olimpíadas e Paralímpiadas, mas quis escrever isso um pouco depois pra não falarem que estava me aproveitando do hype rs.
Mas as Paralimpíadas de 2024, realizadas na França, trouxeram mais uma vez à tona a grandiosidade dos atletas paralímpicos e suas histórias de superação. Esses competidores, além de enfrentarem as limitações impostas por suas condições físicas, precisam driblar uma série de obstáculos fora das pistas, piscinas ou ginásios. No Brasil, um país que já investe pouco em esportes que não seja o futebol, essa realidade é ainda pior. E é aqui que começamos a entender o verdadeiro valor desses atletas: eles são verdadeiros empreendedores de si mesmos.
O Brasil, embora tenha uma delegação paralímpica forte e de sucesso em competições internacionais, não oferece o suporte necessário para que esses atletas possam treinar e se desenvolver com a estrutura que merecem. Eles enfrentam falta de patrocínio, de locais adequados para treino, de apoio médico e fisioterápico, e, muitas vezes, precisam buscar essas soluções por conta própria. Nessa busca por se manterem competitivos, eles acabam assumindo o papel de empreendedores, sendo obrigados a ir atrás de patrocínios, financiamento e apoio, além de criarem estratégias para treinar e competir.
Assim como no empreendedorismo, esses atletas precisam ser criativos e perseverantes. Não é raro vermos histórias de atletas que adaptam equipamentos, improvisam espaços de treino e utilizam sua criatividade para continuar se aprimorando. A falta de recursos nunca foi um impeditivo para que eles chegassem aos pódios, e essa característica é o que os aproxima dos empreendedores brasileiros. No país, onde o ambiente de negócios também apresenta inúmeras dificuldades, os empresários precisam, muitas vezes, se reinventar para sobreviver e crescer, assim como fazem os nossos atletas paralímpicos.
Ser um atleta paralímpico no Brasil não é apenas lutar contra as dificuldades do esporte, mas também contra a falta de apoio e a invisibilidade. E o empreendedor brasileiro vive uma realidade parecida. Ambos precisam ser resilientes diante das adversidades. Ambos precisam criar soluções onde não existem. Ambos precisam acreditar que, apesar de todas as dificuldades, é possível alcançar o sucesso. Essa mentalidade, de acreditar no próprio sonho e não desistir diante dos obstáculos, é o que define o espírito dos atletas paralímpicos e dos empreendedores.
Os atletas paralímpicos são um exemplo vivo de que a criatividade e a persistência podem nos levar muito além do que imaginamos. Eles nos mostram que, mesmo com recursos limitados e um caminho cheio de desafios, é possível alcançar feitos grandiosos. Para os empreendedores, essas histórias são verdadeiras lições de superação. Se um atleta pode transformar uma limitação física em uma vitória, um empreendedor pode transformar uma ideia em um negócio de sucesso, desde que tenha a determinação necessária para enfrentar as dificuldades.
Além disso, assim como os atletas precisam de um time de apoio para treiná-los, prepará-los e guiá-los, os empreendedores também precisam entender que o sucesso raramente é conquistado sozinho. Os atletas têm treinadores, fisioterapeutas, nutricionistas e, quando conseguem, patrocinadores. Os empreendedores têm sócios, mentores, funcionários e redes de apoio que os ajudam a estruturar e desenvolver suas empresas. A lição aqui é clara: ninguém chega ao topo sozinho.
Por fim, os atletas paralímpicos nos ensinam que, mais do que os resultados, o que realmente importa é o processo de superação contínua. Não importa se o caminho é mais longo ou mais difícil, o que importa é a capacidade de continuar caminhando. E essa é a grande lição que os empreendedores devem levar para suas jornadas: não é o tempo ou os recursos que determinam o sucesso, mas a capacidade de se manter no jogo, de se adaptar às circunstâncias e de continuar acreditando, sempre.
Os atletas paralímpicos são, de fato, a personificação da resiliência, e seus exemplos devem inspirar todos aqueles que buscam fazer a diferença, seja no esporte, nos negócios ou na vida. Que os empreendedores brasileiros possam se espelhar nesses guerreiros e aprender que, com criatividade, persistência e coragem, tudo é possível.